segunda-feira, 27 de outubro de 2014


Uma Certa Casa Amarela

~Ontem foi um dia atipico, cheio de entusiasmo e curiosodade patriotica,com o pensamento nas urnas para votar em um Brasil Melhor.Infelizmente o candidato eleito pelo nosso estado foi derrotado pelo universo nordestino.Um dia para acreditar,encontrar amigos e sentir que mudar 'e para corajosos.
Transferi meu voto de Paulistana muitos anos atras para fazer um feriado prolongado na pacata cidade onde tenho minha chacara,onde construi historia e plantei flores, como diz o prefacio de um livro meu de Antologia.
Plantar flores no sentido figurado é ter muitas sementes em mãos.
Este  é um texto sem pontos,ja que escrevo no notebook e me entendo muito pouco com ele.
Mas sempre me entendi bem com a vida, os fatos, as pessoas e principalmente com as novidades.
Convencia nesta manha ,uma amiga minha, inimiga de internet,IPAD,IPHONE etc.que as novidades São necessarias .
Incrivel!!Esqueci minha mao direita, meu IPAD no carro de meu filho.
Mas, a vontade de escrever era maior e vim aqui tentar me harmonizar com o notebook.
Como disse ,transferi meu titulo e por isso estava no interior,onde tudo iniciou.
Em Uma Certa Casa Amarela!
Meu pai tinha um grande amigo que nos convidou para um churrasco e era tempo de jabuticabas.
Ficamos encantados com a possibilidade de um fim de semana com todas as regalias que as pequenas cidades oferecem.Nos hospedamos em Sao Joao da Boa Vista.Tinhamos amigos la.Meu avo dizia :São João é La Petite Paris!!Voila!
Naquela mesma noite fui conhecer a familia do amigo de meu pai.Era uma menina, de 17 anos com tailleur,saltos e luvas.Estava pronta para uma grande entrada,noclube da cidade.Naquele momento acreditei que era no salao do clube,hoje vejo que estava de gala para a grande entrada da Minha Nova Vida.Eu me vesti de verde!
A porta da Minha Nova Vida era toda lavrada em madeira nobre e abria para a sala de Uma Certa Casa Amarela.Sempre adorei casas amarelas apesar de nunca ter morado em uma.
Nesta sala, de pe direito altissimo onde nas paredes os quadros dos antepassados olhavam aquela menina de cidade,a luz era fraca e as sombras desenhavam contornos de historias que ao passar dos anos foram se desenrolando ali.
Um chunhado do amigo de meu pai andava da cozinha,para a sala e vice versa.Era Italiano,casado com uma das irmas.Sentou conosco na mesa central onde pendia um lustre muito antigo.A menina,que nao conhecia ninguem alem do amigo e do irmao estagiario imaginou como era estranho tudo que via.
Sim, a menina era eu.
A casa amarela,de meus futuros sogros e ali meus filhos brincaram ,choravam ao mesmo tempo,faziam festa com os primos e a vida era uma alegre sinfonia de sons e de bebes se desenvolvendo para o Amanha.
Lembro do casamento da Irma mais nova,quando ainda era noiva,com as escadas floridas,os docinhos espelhados como so nas cidades de interior se sabe fazer.Eram de Mococa.Grandes doceiras.E festas,,muitas risadas onde meus pais entregaram seguros o futuro de uma filha unica.
Minha mae era encantada com aquele movimento,gente falando ao mesmo tempo,ninguem ouvindo ninguem.
A meninada cresceu, se dispersou,a vida mudou,as luvas ficaram fora da moda e os saltos impossiveis de usar.
O ritmo do tempo correu sem pedir permissao.
As imagens ficaram refletindo uma felicidade cheia de encanto e entusiasmo.
A casa vazia,silenciosa espera ser cenario de historias novamente.Eu so tenho a agradecer por ter me proporcionado belas memorias.
Na releitura da vida ela se cala e eu me deparo com a placa
VENDE-SE!
Uma Certa Casa Amarela  se despede de todos nos!!