domingo, 2 de fevereiro de 2020

Sessenta anos depois!

Esta semana com muitos problemas que surgiram no prédio onde moro , me vi dizendo: Mas esse prédio tem 60 anos!
Esse apartamento meu pai comprou do Lar Brasileiro! Verdade. Do Banco Lar Brasileiro
Então você se sente uma lenda na frente do jovem morador,
Problemas a parte, fui forçada a permanecer dentro de casa devido uma gripe inesperada.
Detesto ficar parada e muito mais isolada , Sendo assim todos os dias minha caminhada no primeiro andar me trazia recordações.
Tempo onde no prédio João Ramalho muitas pessoas queridas moravam e faziam parte da nossa turminha.Minha professora de francês , DNely,sua cunhada D.Elvira que dava aulas particulares de matemática.
A Miriam dos Sete Voltas com sua família,os Fitipaldi , o Jerry, o Pargas que depois casou com a Flora, o Lero, a Deborah
Eu tinha 11 anos e a adolescência me trouxe uma rebeldia imensa.
Meus aniversários eram comemorados a partir dai no Fasano. ou no Circolo Italiano
 naquele tempo na avenida Higienópolis.Aos 15 debutei .
Festas no outro predio eram constantes e eu teimava em usar meias de nylon quando na verdade papai ainda me queria de meia soquete .Um dia apareci com luzes no cabelo!Um escândalo!
Era presidente de classe no Batista, que detestava, e reivindicava direitos junto aos professores.
As famosas Assembleias do colégio me fizeram trocar de religião.
Mamãe era protestante e fui batizada nessa igreja, porem o fanatismo dos Batistas me afastaram para sempre.
Aos 18 anos me tornei católica com a ajuda de meu saudoso primo Monsenhor Expedito.
Mas o prédio era tranquilo com um bosque nos fundos , onde hoje se completa a Super Quadra.
Era tempo de ouvir Paul Anka e Pat Boone.Rock e Twist.Campeonato de chiclete bola!!
Quanta inocência ! Frequentavamos o Clube de campo Jaraguá e tocava violão cm os amigos de lá.
Antônio Mauro e Marco Antônio.Maria Helena sempre junto.
Na rua Homem de Melo tinha uma pequena mercearia onde comprávamos sorvete. De lá saiam pizzas quentinhas para nossos saraus de violão.
Então olho a seringueira imensa que mamãe plantou e penso nas pessoas que moravam aqui.
Dr Caldas com as filhas;Magaly e Valderez , OS Pereira Bueno ETC
LÁ na janela do Joâo Ramalho :Antônio Eduardo; apelido Jerry com sua luneta observando....
Fico imaginando toda essa trajetória quando vou caminhar .Na PUC o quintal com as amoreiras.
Um bairro que se transformou e como disse minha neta Clara nos seus cinco aninhos:Vovo você não pode mudar
Aquele prédio combina com você. É antigo .
Envelheceram juntos!!!
Ai Clarinha! Ainda não convenci!!