terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Parabens São Paulo

embro hoje do aniversário de 400anos de minha cidade.Era menina ainda e junto com meu primo festejamos vários dias.Me recordo de papai me levando nas ruas do Morro dos Ingleses,onde se via os fogos e jogavamos papel brilhante.Era um tempo onde minha cidade podia se orgulhar de um modo de vida bastante cosmopolita.
Adoravel Avenida Paulista onde estudei, as mansões se misturavam na história, nos ensinando um pouco da influencia que herdara na arquitetura europeia.
Hoje,temos a mesma avenida com muita gente apressada para os escritórios, dos casaroes sobraram dois ou três.
Minha escola ficava bem em frente do São Luiz e um guarda nos atravessava todos os dias:Sr.Alexandre,nos conhecia,sabia nossos nomes,apitava e sorria.
Muito tempo depois conheci um amigo,que fazia o inverso.Estudava no São Luiz e por muita coincidencia lembrava de nosso guarda.
Ao lado ficava Mme.Rosita.
A Augusta era maravilhosa,cheia de lojas elegantes e onde me deliciava comprando meus sapatos na Durá.S.Paco já me conhecia e minhas sapatilhas de hoje talvez sejam a saudade daquelas que ele fazia.
Tomavamos lanche na Yara .
Minha memória traz reflexos desses tempos,com o bonde da Avenida Angelica que amava!
O da Pamplona que me levava á casa de meu primo no Jardim América.Sexta-feira lá estava minha avó no pátio me esperando e juntas iamos de bonde pela Pamplona.Nos reuniamos na casa de amigos e as festas improvisadas tinham aquele sabor de amizade.
Amizades que trago comigo como jóias na caixinha.Ninguem pode duvidar de "amigas para Sempre'.Era assim que se vivia na minha infancia, na minha adolescencia na cidade que foi engordando, crescendo sem rumo certo,abraçando muitos que foram chegando.Tinhamos o conforto das grandes cidades sem muitos inconvinientes.
São Paulo,cheia de surpresas vai acolhendo à cada dia.E com isso encolhendo a qualidade de vida.
Não vemos mais os guardas risonhos é claro,pois os que nos ajudam estão irritados com o transito,com a desobediencia.
As festas mudaram .As familias já vivem mais em apartamentos,pela segurança.
Mas, quando passo pela Avenida Brasil ainda me emociono como uma criança com suas casas transformadas em grandes clinicas.Meu coração ainda bate por essas ruas que foram modificadas,pela saudades dos bondes com seu ruido pelos trilhos.
Fomos todos obrigados á aceitar essa nova face por amor ao nosso espirito paulistano.
Vem das Bandeiras essa garra?
Dos bandeirantes que mudos observam eternizados no Obelisco na frente do Ibirapuera.
Reflexo de grandes artistas,escultores,pintores que retrataram tão bem nosso amanhecer, nosso entardecer.
Fica assim o sonho de uma menina ,que quando adulta ao entrar em varios lugares de outras cidades é chamada:Ei Paulista!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tempo de Celebrar

Hoje amanheceu com uma chuva insistente igual à que castigava meu jardim há 13 anos atraz.Não era um dia comum, era o casamento de meu filho Ricardo e minha nora Fabiola.
Assim estava na vespera.O fato impressionante que a noite toda escutava a agua caindo e o jardim esperava 350 convidados,que mais tarde se tornaram 400 ou mais.
Minhas orações ao Santo Padroeiro da capela, Santo Expedito eram insistentes como a agua que escutava tamborilar no chão.
De manhã, bem cedo,descalça arrumava na mesa ao lado do toldo branco as flores de"copo de leite".Eram para dar de lembrança.A lama cobria a grama e os céus tinham poucas horas para secar tudo e deixar com a aparencia que sonhei.Meu florista dava os ultimos toques nos arranjos de anturios gigantes no caminho da capela e as tupiaras de laranjinhas,que havia guardado no freezer 3meses já estavam no centro das mesas com suas toalhas de renda branca e fundo amarelo.O mesmo amarelo que formava a ala de entrada para os noivos com o trole que papai um dia me presenteou.Os bambus verde e amarelo seguravam a fita larga de gorgurão e no topo um
girassol que pintei da mesma cor,abrigava o arroz para os convidados jogarem.Era um caminho largo e do lado de lá as primaveras.
Tempos depois devido ao terreno molhado eles nasceram à esmo, para todos os lados tal qual as bençãos do Criador.Germinaram como sonhos dispersos em busca de espaço.
Como por milagre a orquestra começou á tocar e na ladeira onde passei tantas vezes com meus filhos pequenos,entrava o mais velho sorrindo com sua linda noiva,a mesma que um dia vi pequena, na igreja Matriz.Os convidados jogavam arroz e batiam palmas.
O cavalo que os conduzia era o branco e velho amigo que nos levou pão por muitos anos.Uma cena de filme!O trole escuro com almofadas amarelas e nas laterais gerberas coloridas do laranja ao rosa.O céu nos deu tregua e a festa começou.
Ouço ainda o som das risadas,da musica.Vejo as mesas e minha tia com meu tio e primos
Ainda me emociona Dr.Thiessen tirando mamãe para dançar e lhe servindo o prato.Minhas amigas queridas!A daminha !
Me admiro da força que Deus me deu ao ler uma poesia que escrevi dedicada aos noivos.
Hoje é tempo de celebrar,que nesta atmosfera de encanto começamos uma fase.
Uma historia para ser contada onde a chuva teimava em cair,mas se emocinou e parou.
E neste hiato fez a grande magia dos sonhos que se realizam.
Tal qual o texto de ontem.A ideia se concretiza.
A capela com seu sino antigo tocando era testemunha dos jovens assinando seu compromisso.E lá no meio dos anturios vermelhos desceram eles no meio dos amigos jogando bolinhas de sabão.O tapete branco foi ondulando aos passos dados.
Inesquecivel momento!
E com as capelinhas de plastico nas mãos, todos desejaram felicidades ao novo par.
Um par que estava á começar!
Não era Hyde Park,era meu jardim!
Aquele que plantei muda por muda sem nunca desistir.Quando uma planta não gostava eu a mudava.
Lá está ele,palco de muitas historias,imagens,vitorias e sons!
Decerto hoje ele está em festa e os pássaros cantarão nos galhos da velha mangueira.
Os tucanos estarão pousando no eucalipto.E o barulho da chuva caindo só será interrompido pelo
Bem-te-vi!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Diana's Day and Me

A ultima Bazaar traz um artigo interessante que me emocionou.
O relato da Dama de Honra da princesa Diana.Ela esteve sempre no meu pensamento com aquele sorriso ingenuo, olhar esquivo de quem evita ser descoberto por completo.
Na mesma revista,um artigo sobre Kate Middleton a futura nova princesa comparando a elegancia de uma e de outra.
Voltei pois no tunel do tempo.Me vejo na chacara com os filhos de 10 e gemeos de 7 .
Minha avó Gertrudes sentada comigo na frente da TV e as duas empolgadissimas com o casamento Real.Olhava com emoção aquele cortejo com Diana lindissima no seu vestido de seda.As ruas cheias de pessoas acenando,um pais comovido diante do evento mais importante para a historia britanica.
Meu desejo era estar lá com eles.Desejo de menina, sem a menor possibilidade.
Gravava na memoria todas as cenas que a televisão focava.
Guardo até hoje a revista desses momentos.
Dizem que nossos desejos se realizam sempre.A frase :Cuidado com seus desejos,eles se realizam!
O livro O Segredo afirma tambem!
Pois este 29 de Julho ficou gravado lá no fundo...
Adorava ver noticias de Diana e quando ela se foi, fiquei inconsolavel.
Era uma figura doce que aliviava aquela rigida postura da familia real.
Encontrar o amor e a felicidade novamente era o minimo que a vida lhe devia.
Sua Dama de Honra India Hicks descreve com encantamento o momento em que Diana, já pronta para a cerimonia aparece no topo da escada.Sua luz natural irradiando a alegria de se tornar uma princesa famosa e com esperanças de um magnifico trajeto.
Maior que o trajeto que percorreu pelas velhas ruas de Londres na carruagem historica!
Um caminho onde tentou incluir o seu modo de ser,sua simplicidade, sua elegancia de estar, ser, viver.Não a elegancia que fazem comparação com Kate ,sua nora.Vestido, bolsa,chapeu.A elegancia de Ser.Uma princesa desde que nasceu!
Mas, um dia o destino me pregou uma peça e no meio da minha caminhada , de presente me levou aos mesmos lugares onde um dia , mais jovem sonhei sem saber porque.Era uma espectadora diante de uma velha TV,no meio de uma sala, na chacara.
Foi assim o Universo tramando,entrelaçando...
Percorri o trajeto da carruagem e as lágrimas deslizaram com carinho em frente ao portão cheio de flôres,onde coloquei as minhas.Ali estava eu na entrada principal do palacio.
Lembro que fiquei muito perto de Kesington Palace,bem na frente do Parque.
Era um tempo onde delicadamente a vida me deu a oportunidade de realizar atravez de muitos fatos um sonho que parecia perdido .Mas estava apenas adormecido.
E como sua dama de honra conta seus passos na Catedral,sua marcha ritmada para não pisar no véu,não muito rápida,nem muito lenta,assim fiz a minha .
Depois de 118 anos a historia via um casamento de um Principe Britanico.
O Hyde Park estava repleto de pessoas desejando felicidades.
Muito tempo se passou e leio agora ,recordando cada detalhe.
No final, a menina, hoje uma mulher,India Hicks se emociona ao descrever a lembrança de Diana às suas Damas De Honra.Uma caixa de porcelana dourada com dois casulos de bicho da seda,do seu vestido de noiva.
E assim,voltei no tempo e me vi distribuindo casulos de bicho da seda na minha Exposição na Galeria Romero Britto!Das sedas que pintei flores e estavam representando os jardins de minha vida!Metros e metros cheios de radiante alegria!
Será que alguma era de Kesington?De Hyde Park?
Eram muitas que cresceram, depois daquele dia,na minha chacara, a mesma que floresceu de desejos que se realizam!

domingo, 9 de janeiro de 2011