quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

2011 dá espaço para 2012 nascer

2011 termina e com ele vamos refletindo como o tempo passa depressa,quais conquistas tivemos e quais foram nossos limites.Enfrentamos nosso dia à dia procurando o melhor,mas na verdade foi o tempo que nos fez melhor.
Todos os fatos de nossa caminhada que fizeram encontros conosco e com o próximo.
Muitos resgates,onde as emoções se fizeram ver no nosso olhar curioso.
Muitos olhares dirigidos ao nosso mundo pessoal ,ao presente que foi um presente.
Para mim,foi uma serie de novidades no meio da corrida do tempo.
Ganhei uma neta,Maria Luiza,participei da entrega do premio de meu neto Andre,onde por sua arte nos fez felizes e por sua modestia nos comoveu.Vi meu filho se casar.Portanto ganhei uma nora.Ganhei tambem o convivio de todos juntos.
Revi amigas e perambulei pela mágica Miami com muito entusiasmo apesar das dificuldades da coluna.Fui presenteada com um especial aniversário,onde reafirmei a frase"Amigas Para Sempre" Enfim,fiz parte de um livro!"Nós Mulheres" veio na sua 10 edição me fascinar com seu grupo, suas escritoras e colaboradoras.Sua criadora!Silvia.
Quatro anos atras desejei editar meu livro com 60 poesias.Era muito caro e desisti.
Agora,na ciranda da vida,fui convidada e de repente,eu leitora passei à ser lida.
Os reflexos desta história não terminam aí.Conseguimos elos que foram formados do acaso nos dando oportunidades de riso,descobertas e amizades sinceras.
Nos passos dados,o cansaço se desfez pela aventura do viver.
Abrindo espaços para a felicidade entrar,agradecemos ao ano que elegante se despede e abraçamos este que se aproxima.
Que 2012 nos abrace complacente e criativo,nos dando a possibilidade de reinventar,rever,ser,amar,cantar a sua nova melodia.
Que nos ensine com sabedoria como caminhar .
Que possamos ver o reflexo de nossas atitudes com lucidez,para corrigir o que não traz serenidade e lutar pelos sonhos .
Que os sonhos se tornem realidade!
Feliz nascimento 2012!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

120 anos de Avenida Paulista

Fiquei emocionada com a festa da Paulista,nossa avenida que cresceu, mudou o visual e se transformou na passarela da correria.
Lembro que meus pais namoravam no Trianon. Estudei No jardim Escola São Paulo bem de frente ao São Luiz.Para minha surpresa conheci uma pessoa que lembrava como eu, que tinhamos um guarda para nos atravessar e que o nome era Alexandre.
Hoje tenho um filho com esse nome que trabalha na Paulista.E atravessa varias vezes a passarela.
Mas a mudança vem vindo desde os tempos de minha avó, que lá morou.
Ao sair da casa escreveu essa poesia que colocarei com a ortografia daqueles tempos

Agora que eu tenho que deixar-te
É que chego a compreender quanto te quero
Casa velha da Avenida:ao
fitar-te
Sinto invadir-me um pesar sincero
Eu tenho que deixar-te .Mas o afeto
Com reconhecimento do carinho
Com que me agasalhastes em teu tecto
Seguir-me há por todo meu caminho
E quando lá na curva da existencia
Pela estrada que por mim foi perorrida
Avistarei entre as ramas floridas
O vulto protetor da grande amiga
Da boa e velha casa da Avenida

Como vemos havia muitas flores e jardins!
Ela passou depois disso 18 anos sem andar, numa cadeira de rodas .Como naquele tempo cadeirante não tinha espaço,ficou sem ver sua Avenida querida.
Eu já começava andar e pegava sua mão:Venha vovó dandá!De fato ela ficou curada depois de analise com DR. Paulo Arruda.Minha doce avó foi então para ver a Paulista.
A susto foi grande!O movimento e as mulheres sem chapeu !Voltou dizendo;elas andam com bobs na cabeça!Um horror!
Felizmente nossas mulheres hoje estão produzidas e entre um passo e outro vemos o universo das diferenças se integrando,se misturando,como tudo em nossa cidade.
Mas é lúdico lembrar do Fasano,onde bebericando na calçada em uma tarde morna se podia observar a Avenida.
A mesma que vovó sonhou
Que transcrevo com carinho
Agradecendo esse DNA que me faz escrever e esquecer.Vibrar e sonhar.Exagerar e me emocionar. Sentir que posso deixar marcas e pegadas pela estrada percorrida, como dizia ela.
O titulo deste verso é Homenagem ,mas faço dele a minha, para esta criança pura que foi vovó e feliz em ter sua voz firme declamando no video que Ricardo fez.
Já idosa, na chacara com a cabecinha branca, cabelos curtos,romantica e realista.
A poesia:O Cisne,de Julio Salusse:Que o cisne vivo, cheio de saudade, nunca mais cante, nem sòzinho nade,nem nade nunca ao lado de outro cisne...


Dia 13 na Livraria da Vila cada vez que escrever meu nome,vovó e mamãe estarão unidas
comigo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Nós Mulheres

Hoje fui supreendida por um convite do livro Nós Mulheres.Décimo aniversário.
Abri e lá estava meu nome.
Fiquei emocionada,surpresa e feliz.Havia escrito um texto, que não me pareceu consistente.Fui viajar e na volta terminei.Mandei então para a editora.
O tempo passou, não sabia o que havia acontecido.Esqueci.
No momento que abri e vi a capa revi minha mãe com seus escritos,suas poesias.
Ela era uma escritora.Eu sou apenas uma contadora de histórias.
Ainda ontem,estava na Sala São Paulo,rodeada de pessoas que escrevem e de admiradores pela leitura.Minha amiga Rosa recebia então dois premios pelos seus livros de Culinária,ou seja História da Culinária.
Aquela atmosfera onde reinava o respeito ás letras me deu uma emoção inacreditavel.
Assim ,neste clima de sintonia com um todo bastante enriquecedor que nos leva à descoberta,minha sensação de satisfação cresceu.
Uma alegria imensa ao ver aquela capa.
Minha mãe desejava muito editar um livro e ao completar 70 anos consegui reunir muitas poesias suas e formar um livro que dei para cada convidado de sua festa.
Parece que vejo sua surpresa ao entrar no quintal transformado,com mesas e violetas por toda parte.Suely no teclado tocando "Carmen".As pessoas queridas se confraternizando e ela se surpreendendo com o exemplar de seu talento.
Foi tudo feito com muito carinho,muita pressa como sempre foi minha vida.
Entre idas e vindas com os filhos ,a casa,a chacara e muitas ocupações consegui mandar para uma jovem entusiasta que fez um trabalho de gráfica.A capa era com o titulo.Mamãe sempre foi muito crítica e ao olhar aquele meu esforço para agrada-la disse;Eu queria uma capa!
Eu sei mamãe.Tenho o desenho. Mas, foi impossivel de preparar tambem isso!
A capa era um rosto de mulher pela metade.
Bem ,suas poesias eram lindas e com a luz que elas refletiam apagaram meu erro .
Todos receberam um livro e ela aparentemente feliz não falou mais no assunto.
Comecei á escrever muito cedo,tinha meus 15 anos.
Fazia poesia, prosa,texto.
Na minha fase mais inspirada escrevi umas 60.Sò sobre o amor.Era uma mulher madura.
Pode ser que um dia leia e pense que tudo é muito louco ou pode ser que um dia edite.
Era uma época que acordava às 5 horas da manhã para escrever.Enquanto não colocava tudo que vinha na alma não conseguia dormir.Meu espirito inquieto se acalmava com o papel e a caneta.Mamãe escrevia pedacinhos de papel e deixava para acabar no dia seguinte.Se correspondia com grandes escritores e lia sem parar.
Eu não tive tempo.O relógio da vida me esperava como se fosse um despertador estridente.
Quando ela se foi o relógio parou de funcionar com tanta exigencia e pude então refletir,dizer o que sentia,abrir as janelas que estavam fechadas e as portas que pareciam entreabertas.
Antes de ir me pediu como se fosse um pedaço de bolo:me traga uma poesia amanhã!
Eu cheguei cedo com o papel e li com a voz embargada.Sabiamos que era uma despedida.
Mas, o convite chegou e está aí!O livro não é de poesias, são textos de mulheres que contam histórias e dão seu recado.Meu nome está lá,com a maneira mais simples de dizer meu Olá!
E cumpre-se então o desejo dela :A capa é um rosto de mulher pela metade!