segunda-feira, 27 de maio de 2019

Olha a Noiva!!

Ano de 1967, no tempo que a capela da PUC era tranquila e as ruas de Perdizes pareciam interioranas.. Nas festas o Rock and Roll . Cantores  como Paul Anka ainda fazendo sucesso.
Época que se usava o vestido de noiva monacal,ou seja como bata de monges .Com capuz como véu.
Apenas uma rosa no lugar do buquê.
Era uma quarta-feira .Dia  24 de Maio.
Ao levar convites para um parente historiador , Duilio Ramos ele disse: Que dia lindo ,Batalha de Tuiuti .A esposa retrucou :Nossa Senhora Auxiliadora.
Assim , fiquei sabendo que por um acaso tinha sido escolhida e não tinha escolhido ,como pensava.
Como sempre Maria na frente!
Com a ajuda de minha futura madrinha de casamento, que era elegantíssima  ,Maria Natal, ,fui a um estilista russo que desenhou o vestido e o véu . Este confeccionado por Teresa Bover
De tecido Zibeline com o véu de Point d'Esprit para dar leveza.
Naquele tempo tudo era muito diferente.
O buffet de D. Lurdes com seus docinhos magníficos ,que já havia servido no noivado, foi o escolhido mais uma vez.
Faziamos enxoval caprichado ,com toalhas bordadas à mão , muitas feitas no interior.
Algumas eu mesmo bordei.Na moda a revista italiana Rakam.Nela nos inspirávamos e dela saiam pratos pintados de galo, que tenho até hoje e toalha igual.
Não tínhamos muitas lingeries maravilhosas como hoje , então as bordadeiras faziam lindas camisolas ou  comprávamos de algumas pessoas que traziam dos Estados Unidos.
As ingênuas e belas camisolas Barbizon, no momento como antiguidade no Mercado Livre.
Depois chegaram a La `Perla . Depois  Fruit de La Passion de Cecilia Bourdon e outras tantas que conhecemos.
Comento isso para colocar o tempo , a moda , a mudança se formando .
Há muitas pessoas que sentem nostalgia e lembram com certa saudade.
Não sinto isso.
Adoro a moda atual, me reinvento à cada dia com as mudanças em todos os setores.
Se não fossem elas não estaria escrevendo no meu computador um blog sobre o passado.
Esse passado que completou 53 anos e que fez história e nos dá oportunidade de trazer de volta grandes momentos, pessoas queridas e um sorriso nos lábios.
Recordar faz bem também.
E lembro como se fosse hoje o Rubens aqui em casa, neste mesmo lugar criando comigo os arranjos em formato de bolas para os bancos e tochas para entrada.
Flores brancas , yuccas , angélicas , e mimosas amarelas.
O que deu um belo contraste com os azulejos azuis da capela.
No coro apenas Irmã Dora, minha amiga e catequista.
Para celebrar , meu primo Monsenhor Expedito Marcondes , que fez meu noivado e batizou mais tarde meus filhos. Padrinhos amados .Para entrada : minha doce sobrinha Beatriz e meu sobrinho Emilinho .Meus pais emocionados.
Ave Maria de Gounod, Aleluia de Handel.
Para fotografar Waldomiro Dias!
No túnel do tempo vejo as amigas no chá de cozinha na casa de Marisa Foz .
Todas se casaram logo depois.
Muitas estão perto para poder rir comigo dessas delicias de ontem.
Mas na hora de entrar no Aero Willys de meu pai
Vejo a meninada do prédio alvoroçada gritando:
Olha a Noiva!!
Olha a Noiva!!
Foi assim que iniciamos  com bons alicerces
Muito compenetrados
Nova fase da vida!
No canto das crianças
A ingenuidade se fazia presente
Um tempo de descobertas
O futuro trazendo mudanças
O mundo rodando
Se transformando
Em ternas
Lembranças