sábado, 7 de agosto de 2010

Dia Dos Pais

Hoje gostaria de abraçar todos os pais que de alguma forma participaram de minha vida desde criança, me ensinando com amor e sabedoria um pouco da vida, e suas experiencias.Muitos já foram.
Assim como meu pai tambem.
Falo sempre que são nosso sol e quando se ausentam,temos a dificil missão de ser sol para nossos descendentes.
Conto muito sobre papai,como profissional brilhante, homem de sucesso que andou seus passos com determinação e coragem,muito sonho e tenacidade.
Mas, quero falar do companheiro.Pai nos dá segurança, transmite a visão do absoluto, reflete para sempre seu brilho nos conquistando dia à dia pelas atitudes.
Isso se eterniza em nós.É o DNA mais sublime que poderiamos imaginar:o do amor,da abnegação,da aliança eterna do amigo.Aquele que não morre,pois está dentro de nós, nos nossos gestos,na nossa maneira de ver a vida.Na alegria de pertencer.
Convivi com esse presente desde criança.O presente de ser filha de alguem muito especial.
Quando passeio pelos lugares de minha infancia,onde os passos firmes eram rápidos e as mãos carinhosas me seguravam, volto no tempo.
O Mercado Municipal era então um universo de sabores e perfumes de iguarias,que me traz hoje o gosto da saudade.A praça da Republica aos domingos,os restaurantes de minha preferencia,os passeios para longe da cidade.
Era um tempo de magia onde as pessoas se encontravam por prazer e juntos formavamos grupos para muito além do horizonte.O universo da cumplicidade.
Era o encantamento da risada,das canções entoadas na entrada do Rio de Janeiro,do Guarujá e das Minas Gerais.Lembro das caminhadas em São Pedro,o parque florido de rododendros,iucas e muito verde.O hotel de Friburgo,Itatiaia,onde tomei meu primeiro copo de vinho.Era assim nesta roda de ciranda que aprendi à viajar e transformar meu mundo.Com um companheiro divertido:meu pai.
Esta semana dei uma lupa para meu neto de 3 aninhos e perguntei:E agora?
Ele disse:Agora vou transformar tudo em maior!
Acho que papai,o mago,transformava como a lupa,tudo em maior.
Era uma simples sandália dourada,vinda do Rio,ninguem ainda tinha visto aqui.
Sentada no tampo da mesa da sala exibia muito feliz meu cintilante presente para Tereza, minha empregada.Era vestido da Bonita,Boneca,Casa Clô,Etam.Era singelo como a esperança daqueles dias.
Ele acompanhou minha adolescencia rebelde,olhou feio para muitos pretendentes,ficou de cara brava nos desfiles que fiz em uma das viagens de navio.Foi zeloso para não me ver decepecionar,não perder o sonho no meio do caminho.Foi temeroso por conhecer o mundo e assim protegeu seu pequeno tesouro que era eu.
Mamãe o achava exagerado e dava asas à menina que se tornava mulher.
Até o fim voou comigo nas ilusões do coração.Ela era a poesia.A poeta de quem ele se orgulhava.
Papai, realista,maduro e certamente um autentico oriundi,saia da braveza para a alegria como na pátria de meus bisavós.Adorava a familia,os netos,os amigos e sempre olhou cuidadosamente para os que tinham menos.Sem falar ou contar ajudava sem se promover.
O tempo passou e no Presente vejo meu filho sendo Pai.
A generosa e abnegada caminhada onde o amor se mistura com a gargalhada, o abraço se funde como um laço.
E vejo então que se perpetua na estrada o caminho já iniciado.
Com certeza se repetirá com os outros filhos que serão tambem pais.
E o charuto ficava na sua mão horas e horas com aquele olhar de quem vê algo maior!
Em tudo e por tudo
Obrigada Papai!

Nenhum comentário:

Postar um comentário