sábado, 16 de outubro de 2010

Vai uma tapioca?

Indiscritivel os prazeres da boa mesa na cidade de Natal!
Vai uma tapioca,senhoora?É uma frase que amei muito tempo atraz no Breezes de Salvador.Desde então me tornei uma apreciadora deste delicioso quitute.
Mas comer tapioca depois de ver as mulheres da terra, assando nos seus fornos de pedra rustica,essa é uma história para hoje.Será no amanhã?
O dia começa com este prazer,olhando o verde mar que contrasta com o céu pintado de azul profundo.As areias formam dunas e o vento vai empilhando devagar.Se dividem em côres e matizes do bege ao marron formando desenhos horizontais nas rochas que finalizam a praia,onde as pedras se vestiram de algas verdes numa festa multicolorida.Os coqueiros exibem seus frutos em cachos.
Essa praia me surpreende sempre pela inovação.Cada época que a visito seu perfil foi transformado com uma menina que se enfeita e mostra a adolescente quase mulher.
Escrevi uma ocasião a historia infantil dos pedruscos.Me divertia ver as pedras de formatos diversos com longas barbas verdes .Eu as chamei de Pedruscos.
Nesta atmosfera de paz e completamente protegida dos ruidos da cidade ou das pessoas se contempla a paisagem virgem, nua,sem artificio algum.Exatamente com Deus criou.
O único som vem das ondas com sua melodia cadenciada,ritmada,exata.
Nesta exatidão nos enebriamos do ar, do perfume que vem com a maré e equilibramos todo nosso pequenino ser.Quem não é pequenino no meio desta grandeza?
A grandeza que nos faz recuar pela força da correnteza,sabendo nossa fragilidade.
E nesta imensa curva de areia,controlada pela maré a tarde se poe num poema de espumas onde os pássaros mais ousados se aventuram à caçar moluscos .
O balanço da rede,a noite que chega,o coração que aquieta.
Na lembrança a moça brejeira pergunta:
Vai tapioca senhooora?
Isso me faz pensar que nossa memória tem uma gravação tão real que um dia vivenciamos novamente e com uma frequencia e força maior nossos desejos mais escondidos.Acredito que sonhei sim, desde aquela primeira vez ouvindo a baiana, falando macio,com todas essas experiencias de agora.Sonhei sem saber, lá no fundo ...
Os coqueiros,a espuma,o verde transparente das aguas que olho sem parar.
Um dia, uma centelha se transformou e me trouxe até Natal!
Uma gratidão enorme me faz feliz neste momento .

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