quarta-feira, 28 de março de 2012

Rosa é nome de Flôr

Rosa é nome de flôr.Das mais nobres,perfumada,com côres e significados .
Meu filho quando pequeno dizia à uma amiga de minha mãe que se chamava Rosa:Rosa tem muitos espinhos!
Mas a Rosa de quem falo não tinha espinhos .E os que apareciam em sua vida ela transformava em oração.Ou canção?Acho que a oração é um hino de amor que sai como canção dentro de nós.Ela tem vibrações que atingem à distancia sem importar o espaço à percorrer.Ela transpassa.Vai indo...
A vida me deu essa linda oportunidade de presente.Encontrar Rosa pelo caminho.
Foi numa tarde morna na cidade onde passava férias com minha familia.
Uma amiga me convidou.Da primeira vez não aceitei e disse:agora não tenho tempo.Amanhã.Mas, Regina insistiu e lá estava eu, na casa daquela que se tornaria a amiga muito querida.Foi assim devagar ,como seu falar que nos aproximamos.
Ela havia feito uma cirurgia ,tinha filhos pequenos,que se tornaram amigos dos meus.
E numa manhã sem muito sol,onde as nuvens encobriam o céu de São Paulo,omarido de Rosa veio com um amigo e muitos exames na mão.Levei com eles para Dr.Pindaro,meu anjo protetor.A resposta foi:Podemos interna-la e depois de fazer radio e quimio terá uma boa sobrevida.
Esta sobrevida se estendeu por 30 anos.
Ela chegou,sem saber o que tinha e como não tive sucesso no primeiro hospital partimos para o segundo.Eu na frente,a ambulancia atrás.Foi então o começo desta longa história.Na Beneficiencia Portuguesa.
O que importa é que saiu boa.Feliz para passar o Natal com a familia.Bonita, arrumada foi dar uma volta na praça.A Rosa voltava para seu jardim.
Como um vento que gira levantando as petalas caidas o movimento desta flôr se tornou tambem um simbolo para muitos.Pessoas se converteram,refletiram, mudaram seus conceitos.A Rosa sem espinhos provava como podar os espinhos que apareciam.
E muitos surgiram.Tantas e tantas vezes!
Incansável,com sua voz mansa contava sua trajetoria com muita doçura,um mêdo escondido e uma fé inabalável.
Trocavamos conversas e confidencias,riamos e nos viamos muito pouco.
A morte nos traz essa reflexão:porque tão pouco de cada um aproveitamos?
Que nos faz distraidos à ponto de perder momentos de abraço apertado?
Se a morte nos faz refletir na urgencia que temos de cada segundo,ela nos mostra tambem a importancia da unidade.Mesmo acreditando que nossos queridos seguirão rumos de felicidade eterna,essa mesma eternidade nos incomoda.Por sentir que somos muito pequenos e dentro deste limite somos obrigados à aceitar aquilo que está fora de nosso controle. Nosso Amem!Nosso:Asssim seja.
E assim,neste Seja feita Vossa Vontade,não a minha,nos depedimos ontem.
Minha Rosa sem espinhos deixou seu perfume.Sua côr.Seu amor.
E olhando seus filhos já homens feitos com suas esposas ao lado,o respeito,o beijo ultimo ,cheio de saudade.
Que neles se veja seu reflexo minha amiga.
Sua postura diante de cada passo dado.
Acredito que seu nome foi muito bem escolhido.
Rosa que é nome de Flôr!
Sem espinhos por favor!

2 comentários:

  1. Eu dizia sobre as rosas com espinho, e tenho a certeza de que a Rosa amiga de que se trata o texto além de não ter espinhos, transformava e dava belos exemplos de vida. Uma bonita homenagem a uma amiga que mesmo distante sempre representou muito.

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  2. Nestes momentos é que se colhe aquilo que já estava esquecido,mas que foi plantado um dia.
    Colhe-se gratidão,olhar amoroso, abraço apertado,tudo que não tem para vender.Tudo que só se ganha pelo trabalho de doar e dar.
    Temos então a nitida lembrança do porque vivemos e para que.Do amar até doer!
    Não sei se merecia o apelido de "anjo da guarda",mas era assim que ela me chamava.

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