domingo, 27 de novembro de 2011

Nossa Senhora Das Graças

Hoje é dia de Nossa Senhora das Graças

Ela foi sempre minha companheira e amiga de todas as horas.
Minha mãe, católica desde criança resolveu aos 18 anos mudar para o Protestantismo.
Parou numa igreja onde ouviu os hinos, se sentiu emocionada,entrou e lá ficou.
Papai era católico e ao casarem a Igreja não fazia casamento ecumenico, portanto casaram na Igreja Presbiteriana .O pastor que os casou foi Reverendo Riso.(nome que mais tarde me serviu como sinaleiro numa importante decisão de vida)
Nasci pois com a missão de continuar o que ela tinha escolhido,mas me sentia um peixe fora d'agua.Nada à ver comigo. Fui batizada por Reverendo Borges.Frequentei Escola Dominical.Papai havia feito minha matricula no Mackenzie e fiz o teste.
Como o apartamento perto da escola não ficou pronto, nos mudamos para Perdizes.
Bem de frente ao Batista para ele ter controle de minhas idas e vindas!
Me tornei uma revoltada com aquelas regras, aquele colégio e as pessoas que se diziam tão certas e donas da verdade.
Me formei e caminhando para a nova escola,passava na capela da PUC.
Entrava, me encantava com aquela imagem de Nossa Senhora no altar, com o silencio, com a proteção que sentia ao me sentar nos antigos bancos.Foi um amor que cresceu e fui com minha intuição,o sentido que pertencia à tudo que via.O sentimento de pertencer sempre foi muito forte em mim.Pertencemos ou não!
Ali fiz minha opção que desagradou muito minha mãe.Ser católica!Por conviccção, escolha e amor.
Ela não poderia ir contra uma vez que havia feito o mesmo, na mesma idade.
Telefonei para meu saudoso primo, Monsenhor Expedito e pedi:por favor,quero ser católica.Quero fazer o caminho de volta, uma vez que mamãe se desligou.(ela era muito engraçada,me deu Santo Expedito para a capela,fazia suas orações e era ligadissima ao primo padre.Me levava ao convento para visitar tia Ana Flora que era freira com o nome de irmã Claudia)
Penso que desde essa época minha alma já falava e eu não ouvia.
Tia Ana Flora dizia,:meu benzinho,estou rezando para sua conversão.
E eu muito irreverente dizia;perde seu tempo!Jamais serei católica.
Mas, as paredes me acolhiam naquele antigo convento de Itu e o silencio me fazia sentir uma estranha sensação de plenitude.Os santos me olhavam com paciencia infinita e lá esta Maria, minha Nossa Senhora.Jesus esperaria a hora certa!
E esta hora chegou um dia para felicidade de todos os "carolas"da familia de minha mãe e com a devoção e pedido aceito de Irmã Claudia,minha tia Ana Flora!
Chegou aos 18anos, na capela da Puc,numa linda missa rezada por Monsenhor Expedito,com a alegria de minhas avós "catolississimas"
Isto se deu no dia 18 de Dezembro .
Uma data que sempre escolhi para comemorar com meus filhos o final das aulas,sem recuperação final e uma tarde especial entre lanchonetes e cinema antes de ir para a chácara passar as férias.
Já havia então recebido muitas graças de Nossa Senhora da Graças no dia 27 de Novembro.Principalmente a saude deles,as boas notas e a alegria de desfrutar cada momento juntos.
Minha mãe olhava com desconfiança minha devoção.
Tinha pavor de avião.Adorava viajar.Um dia pensei:se ela acreditasse daria uma medalha de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa!
Foi então com meu pai para os E.U.
Na volta me disse;olha Vera Lucia,está medalha é para você!imagine que no primeiro dia viagem,no nosso quarto de hotel, alguem esqueceu essa medalha.Pensei:Vou levar para minha filha!Assim sendo, com Maria na bolsa,lá foi mamãe por toda viagem acompanhada, protegida,sem saber que era para ela a graça.
Graça dada de graça!
Portanto hoje tenho muito para recordar e levar com orgulho a que me acompanha.
Uma antiga medalha de Nossa Senhora Das Graças que minha bisavó carregava no pescoço ao sair da Italia!
Que Ela nos abrace neste dia com amor de mãe!

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