sábado, 16 de maio de 2015

O Rastro do Navio

Adoro sentar no final do navio e ficar hipnotizada pelo oceano sem-fim  e pela majestosa Presença de Deus.Naquele rastro que o navio vai formando minha imaginação voa e penso o quanto na vida deixamos nossos rastros,nossa passagem,com mais ondas ou menos.
O sol bate forte no meu rosto e o vento limpa com sua força todas as dúvidas e meu pensamento se volta para o ano que se foi ,o ano que começa.No momento de meditação tenho mais à agradecer.
Espero todos os dias notícias de Meu neto pelo WhatsApp .Incrivel como podemos nos comunicar hoje com a facilidade da internet .Temos um dia de navegação e chegaremos à Salvador.
Consegui encontrar Daisy,e por muita coincidência encontrei Mariozito,primo de minha mãe e de Daisy.Nossa mesa é de dez lugares e no início duas Mineiras sentaram conosco.Ines e sua irmã Ligia,pianista,culta e muito viajada.Logo mudariam de mesa,pois suas amigas estavam do outro lado.ficamos então com
Heloisa e o marido,Elizabeth com o marido,Miriam ,Jose sua amiga,de Recife,Priscila a cantora,com o pai,João ,Ana Maria e eu.
Formamos assim um grupo divertido e depois do jantar íamos para as festas ou show.
Foi uma alegria quando o cassino abriu e comecei à jogar no 777!
Desta vez com borboletas.Não raro,encontrava Dalva,nossa amiga professora do ano anterior.
Havia muitos passageiros de anos anteriores.Como falo muito, sempre me comunicava com algum deles.as atividades começaram.A apresentação dos oficiais e do novo comandante !Italiano,jovem,bonito e simpatico.
O mundo fica lá longe ,no rastro do navio,as preocupações se misturam com aquele brilho do mar e por essa razão ao me comunicarem um falso alarme sobre meu neto falei da grandeza do oceano.
Os exercícios de bordo foram feitos novamente para os que embarcaram no  Rio e avistei Suzana,com quem conversei várias vezes nos anos anteriores.
Vamos assim formando núcleos ,talvez se dispersem ao chegarmos novamente retornando à realidade do dia à dia,mas fica gravado no coração,na mente que sente essa amizade .
Helen Fischer no seu livro:Porque amamos explica o fenômeno que se dá no nosso organismo,nossos hormônios da felicidade ao encontrar pessoas em aventuras e experiências novas.Um fluxo !
Assim,o rastro do navio vai formando elos e trocas !Muitas!!
Meus pais me ensinaram que navegar era uma necessidade para se reabastecer e acredito que ficou dentro de mim esse gosto pelo horizonte lã longe,o cheiro de maresia,o passo de marinheiro,com o balanço das ondas .O barulho das ondas quebrando com força no casco do navio.
Verdade que neste processo de desligamento muitos se assustam e outros se viciam e querem mais.
Culpa dos hormônios da aventura,da serotonina e outros que nos revelam um bem estar constante e uma energia fantastica.
Se assim não fosse as festas inúmeras estariam desanimadas,o que não ocorre.São  frequentadas com imensa alegria.A de viver!!E lá,flutuando,os sonhos!!Os devaneios!!O sem-fim !!
Amanhã ,Salvador!!!

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